"NÃO VOS INQUIETEIS, POIS, PELO DIA AMANHÃ, PORQUE O DIA DE AMANHÃ CUIDARÁ DE SI MESMO. (...)" - MATEUS 6:34



quinta-feira, 19 de abril de 2018

CELULAR VICIA E CAUSA MORTES NO TRÂNSITO - Cell phone addicts and kills in traffic



Imagens retiradas do site de busca Google

Smartphones têm se tornado extensões do corpo humano

Numa realidade nem tão distante assim, por volta dos anos 70, o educador, intelectual, filósofo e teórico da comunicação canadense, Hebert Marshall McLuhan, nascido em 21 de julho de 1911, ficou conhecido por "premonizar" a influência da internet e as transformações sociais que essa tecnologia causaria. 

Em um dos seus livros "Os meios de comunicação como extensões do homem”, de 1969, McLuhan aborda o conceito que os meios de comunicação passam a se enraizar nos sentidos do homem como uma “prótese técnica”. Quero chamar atenção para o uso do celular. Todas as vezes que vejo imprudências no trânsito provocadas pelo uso do celular ou mesmo, ouço alguma notícia sobre acidentes provocados por esse dispositivo, vem em minha mente, essa obra de McLuhan, tão futurista e atual.

De fato, assim como qualquer vício que passa a fazer parte da vida do homem, modificando seus sentidos, assim é o celular, o smartphone que surgiu com grandes benefícios e avanços na comunicação, mas que ao mesmo tempo, tornou-se mais para o mal do que para o bem. Essa relação do dispositivo móvel, que proporciona o indivíduo estar conectado todo tempo, pode ser chamada de relação de simbiose, já citada no livro de McLuhan referindo-se aos meios de comunicação. Uma relação, que com o tempo, pode ser ruim por causar a dependência.

Abrindo um parêntese: uma relação simbiótica está associada a um contato a longo prazo entre dois organismos de espécies diferentes, seja essa relação benéfica ou não.

Percebo que o indivíduo já não consegue mais viver sem o seu smartphone. Tornou-se uma extensão do seu corpo, uma dependência de vida, um verdadeiro parasita, quase que um fôlego para a maioria. Infelizmente, as pessoas não percebem que essa tecnologia tem destruído muitas vidas e de várias formas. Tenho reparado nos parques e restaurantes, as pessoas quase não conversam mais, quase não são espontâneas como alguns anos antes desse dispositivo móvel se tornar popular. O uso do celular ao volante também tem sido um dos motivos de destruição de vidas, pois já é considerado a principal causa de acidentes no trânsito. Lendo uma revista online, ‘Apólice’, li o que já sabia por observação diária do trânsito. Mais de 50% dos motoristas admitem dirigir com o celular nas mãos, isso, fora os que não admitem. Que coisa né?! Pois nem todos assumem seus erros. Enfim. Essa pesquisa foi realizada pela Arteris, uma das maiores companhias do setor de concessões de rodovias do Brasil.

Esse vício só tende a crescer pois não há uma fiscalização mais intensa para coibir esse ato criminoso no trânsito. Criminoso sim, pois provoca acidentes com mortes. E mesmo sabendo que pode ser perigoso dirigir usando o celular e que essa ação é considerada infração gravíssima prevista no Código de Trânsito Brasileiro e rende 7 pontos na carteira e multa, os motoristas parecem não se importarem e continuam sendo risco à sociedade. Penso que campanhas e leis mais severas poderiam ser o começo de uma tentativa de mudança de hábito maligno.

Os acidentes de trânsito estão como a segunda principal causa de morte no Brasil e no mundo de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), que em pesquisa afirma que mais de 140 pessoas perdem a vida no trânsito a cada hora que passa e o celular, infelizmente, é parte dessa estatística. O uso do celular na direção é uma das maiores causas de mortes, ao lado do excesso de velocidade e embriaguez. Segundo o professor de epidemiologia da Universidade de Brasília, David Duarte, dirigir e digitar no celular é como dirigir “às cegas”, pois pelo menos 5 segundos é o tempo que a pessoa fica de olho na tela, o que significa o mesmo de estar com os olhos fechados. "Um carro a 60 km/h anda 17 metros por segundo, o que corresponde a quase 100 metros dirigindo às cegas.”


Se você pesquisar na internet sobre as consequências da combinação infeliz do celular ao volante, você vai achar várias pesquisas sobre o assunto. E todas chegam a um senso comum: dirigir e usar o celular não combinam assim como dirigir bêbado. Em uma pesquisa realizada pela Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia revela que usar o celular dirigindo é a principal distração de motoristas e pedestres. Nessa mesma pesquisa, foram entrevistadas mais de duas mil pessoas, e 84% confessaram terem o hábito de dirigir e utilizar o celular ao mesmo tempo.

A questão desse ato não está simplesmente por não está olhando o trânsito, mas de não está atento, pois os reflexos do motorista diminuem enquanto mexem no celular, assim como acontece com o motorista embriagado ou até pior como revela pesquisa realizada pela instituição inglesa RAC Foundation, que diz que os condutores que enviam mensagens enquanto estão dirigindo retardam a atenção e tempo de reação em 35%, um percentual bem acima da demora provocada pelo álcool, que é de 12%, no organismo.

Algumas pessoas afirmam com segurança que não utilizam o celular quando estão dirigindo, que usam apenas o fone de ouvido ou “bluethooth” para atender ligações, mas segundo o Instituto de Traumatologia do Ministério da Saúde, o uso de fones de ouvidos e de dispositivos sem fio para falar ao celular enquanto dirigem é igualmente prejudicial.

Há àquelas pessoas também, que penso ser a maioria, enche a boca para falar que sempre usa o celular, mas nunca foi multado ou provocou algum acidente. Veja só esse pensamento individualista e medíocre desse advogado babaca, que falou em entrevista para o jornal Correio Braziliense – “Eu falo sempre ao celular enquanto dirijo. Às vezes, saio de casa no Lago Sul e chego ao Tribunal de Justiça falando ao celular. Nunca bati o carro por conta disso”, admite um advogado, que preferiu não revelar o nome. Perguntado se já foi flagrado alguma vez, ele responde que não e sai sorrindo.”

E muitos com esse pensamento ridículo e egoísta seguem pelo trânsito em Brasília, no Brasil e no mundo e não percebem que não instrumentos de matar. Quando o motorista provoca um acidente com morte e fica comprovado o uso o celular enquanto dirigia, esse indivíduo pratica homicídio doloso, ou seja, com a intenção de matar. Já parou para pensar nisso? Acho que não! Segundo o juiz Fernando Tourinho Neto, do Tribunal Regional Federal (TRF), da 1ª Região ao julgar o recurso de um condutor condenado, afirma que quem guia o veículo falando ao telefone “demonstra o risco assumido de produzir o resultado" da morte da vítima. 

Infelizmente, transformar esse hábito será quase que impossível pela versatilidade e liberdade que a internet proporciona, pois os dispositivos móveis vieram para tornar a pessoa conectada todo tempo. O que se pode se fazer são incansáveis campanhas alertando sobre os riscos de dirigir usando o celular e impondo leis mais duras para quem é autuado cometendo essa infração, como apreensão do veículo e até mesmo, prisão do infrator.

Como moro em Brasília, percebo muitas imprudências no trânsito com grande frequência. Mas muitas mesmo!!! Falar ao celular é a imprudência mais comum, ao lado da ignorância do motorista de não saber a verdadeira utilidade da seta. Em um outro assunto quero falar em específico sobre os motoristas em Brasília e a falta de respeito diária.

Para completar o perigoso, em 2014, saiu uma matéria no Olhar Digital falando sobre uma pulseira capaz de projetar a tela do smartphone no braço, podendo ser usada até no banho. Imagine o estrago que esse protótipo poderia causar no trânsito se fosse comercializado. Em 2014 não havia previsão do lançamento da pulseira pela Cicret Bracelet, quatro anos depois, ainda há contestação sobre a legitimidade da criação. Vou torcer para que nunca se torne realidade!


Marshall McLuhan tinha razão, o homem nasce apenas com seus sentidos, mas ao longo da vida constrói ferramentas que os aperfeiçoam. No entanto, o equilíbrio dessas extensões precisa estar ativo no ser humano para que o uso da tecnologia seja utilizada de forma benéfica. A internet aproximou as pessoas do conhecimento, da informação e da interatividade; transformou costumes e trouxe o compartilhamento em tempo real. Mesmo longe fisicamente da minha sobrinha, posso vê-la por meio de aplicativos e participar todos os dias da vida dela, assistindo-a por meio de video em tempo real de qualquer lugar do mundo. Mas há tempo para tudo. Não podemos nos deixar levar por esse fascinante mundo online. É preciso dosar o tempo de estar conectado.

Em sua obra, McLuhan explora os contornos e dimensões do prolongamento que essas tecnologias trazem para a vida do ser humano. No caso do smartphone, essa extensão tem causado dependência séria! Já existem várias clínicas para reabilitação de pessoas viciadas em internet. É isso mesmo! A dependência da internet tem provocado várias consequências e os sintomas são muito parecidos com os que sofrem de dependência de substâncias químicas, afirma pós-doutora em dependência, Mônica Levit Zilberman.

Será que você é um dependente de internet? Confira os critérios abaixo e se você se encaixar em 5 dos 8 critérios, é momento de você repensar seus atitudes e hábitos:

1.       Preocupação excessiva com internet
2.       Necessidade de aumentar o tempo conectado para ter a mesma satisfação
3.       Exibir esforços repetidos para diminuir o tempo de uso da internet
4.       Apresentar irritabilidade e/ou depressão e buscar conforto navegando na internet
5.       Quando o uso da internet é restringido, apresenta instabilidade emocional
6.       Permanece mais tempo conectado do que o programado
7.       Trabalho e relações sociais (amigos e família) em risco por conta do uso excessivo
8.       Mentir para os outros a respeito da quantidade de horas que fica conectado

Segundo a psicóloga do Grupo de Dependência de Internet do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas de São Paulo, Dora Sampaio Goés, o diagnóstico é traçado a partir dessas respostas desses 8 critérios citados acima. “Para que o paciente seja considerado um dependente de internet, ele deve se encaixar em pelo menos cinco desses oito pontos”, explica.



Você que usa os dispositivos móveis todo tempo e principalmente, dirige mexendo no celular, fique atento e não seja um instrumento para o mal, mas combata o mal com o bem. Repense seus costumes e seja inteligente, não deixe um aparelho sem sentimentos, comandar sua vida e conduzir suas atitudes. Os meios de comunicação não podem ser como parasitas em nosso corpo, sugando nossa atenção e reflexos, mas devem existir para agregar conhecimento, inovação e facilidades.

Participe com comentários e sugestões de matéria!

Thaiza Murray.






Nenhum comentário:

SOLUÇÃO CONTRA O CORONAVÍRUS

Querido Leitor,  Diante do novo Coronavirus, Covid-19, circulando em nosso país, mesmo que ainda em controle em determinados Est...

O Dia que Dorival Encarou a Guarda

https://youtu.be/ymWaJt06PNw

Ilha das Flores

https://youtu.be/bVjhNaX57iA

Aquarela

https://youtu.be/PT3azbKHJZU