"NÃO VOS INQUIETEIS, POIS, PELO DIA AMANHÃ, PORQUE O DIA DE AMANHÃ CUIDARÁ DE SI MESMO. (...)" - MATEUS 6:34



terça-feira, 10 de janeiro de 2017

Recuperação ou Punição?



É fato que o sistema prisional do Brasil necessita de uma reforma urgente! O massacre na penitenciária no Norte do país foi o fim da picada. O grande problema é a superlotação nas penitenciárias brasileiras, o que prejudica qualquer política de reabilitação, motivo pelo qual, teoricamente, o preso está atrás das grades. Uma vez, enquanto cobria um evento na Penitenciária Feminina do Gama, que fica em Brasília, Distrito Federal, mais conhecida como ‘Colmeia’, pedi a diretora do presídio para conhecer o local. Na oportunidade, pude ver que atividades como cursos técnicos, profissionalizantes e de música, bem como os estudos, podem ser importantes para a recuperação dos detentos. Algumas serão de fato recuperadas e enxergarão a liberdade como uma nova chance para seguir fora do crime. No entanto, ainda há àquelas que permanecerão no crime.
“Segundo estatísticas oficiais, 70% dos que deixam a prisão acabam cometendo crimes novamente.”
Devido a cultura punitiva no Brasil, a reincidência é grande devido à falta de política recuperativa, o que não se torna solução devido a superlotação. Em uma matéria anterior, que postei aqui no blog, falo sobre a aprovação da PEC 421/09, que determina prisão perpétua para crimes hediondos e sequestro. No entanto, penso que é uma PEC que não daria certo em nosso país, visto que mal há como manter os presos por um tempo determinado, então nem se fala em mantê-los ‘perpetuamente’. Sem contar, pensando melhor sobre essa questão, que há alguns que podem de fato se recuperar para convívio na sociedade. Em prisões em países de primeiro mundo, como a Suécia, Alemanha e Noruega, medidas socioeducativas são indispensáveis para reintegrar os presos à sociedade. E essas medidas dão certo!

Em uma matéria que li na BBC, ‘5 problemas crônicos das prisões brasileiras ─ e como estão sendo solucionados ao redor do mundo’ – por Luis Barrucho e Luciana Barros, ações já têm sido aplicadas para solucionar os problemas prisionais no mundo: 

“Um relatório sobre reincidência realizado pelo Departamento de Justiça dos Estados em 2007 mostrou que um encarceramento mais rígido aumenta, na verdade, as chances de um ex-detento voltar a cometer crimes.
Enquanto isso, indica o estudo, prisões que incorporam "programas cognitivos-comportamentais baseados na teoria de aprendizagem social" são mais efetivas em manter ex-detentos longe das grades.
A Noruega, por exemplo, segue o modelo chamado de "justiça restaurativa", em oposição à concepção tradicional da justiça criminal - a justiça punitiva-retributiva, que vigora no Brasil.
Esse sistema propõe reparar os danos causados pelo crime (não somente às vítimas, mas também à sociedade e ao criminoso) em vez de punir pessoas. Foca-se, assim, em reabilitar os prisioneiros.”
Pensando melhor, o investimento e concentração das nossas forças para mudar, não seria a aprovação da PEC 421/09, mas aprovação de políticas efetivas para recuperar os presos nas penitenciárias no Brasil. Há necessidade urgente de revitalização e melhorias no sistema carcerário, com a construção de novos presídios e melhorias para o bem-estar do preso, que deverá ser obrigado a estudar e a trabalhar, principalmente, para se manter lá dentro. As regras prisionais deverão ser revistas para que o criminoso ‘pequeno’ não continue se tornando membro de grandes facções. Pois devido às más condições dentro das prisões no Brasil, o ódio e o fato de serem tratados como animais, os tornam mais agressivos, o que em vez de sair recuperado para a sociedade, sai um grande criminoso.

Como na Noruega, umas das regras que deveria ser adotada no Brasil, é dos presos passar por avaliações periódicas sobre o comportamento e o potencial de sua reabilitação, podendo a pena ser estendida em igual período ou indefinitivamente. E caso, as autoridades competentes pelas avaliações percebam que o preso, em questão, não está se recuperando, ele pode permanecer na prisão para sempre. Para que ações como essas deem certo, se faz necessário investimento para um ambiente melhor, que visa recuperar, e que refaça as vantagens e ‘mordomias’ que o preso aproveita.
Não sei se o Brasil vive um retrocesso ou se ele nunca se desenvolveu! A cultura de ‘tirar vantagem’, da corrupção está enraizada no país. Com tanto dinheiro roubado dos cofres públicos, muita coisa poderia ter sido resolvida. Digo questões básica, que tanto clamamos: melhores salários, educação, saúde, segurança. No Brasil, há muito o que mudar. A própria política! Parlamentar nenhum me representa, pois não vive como eu vivo, eles vivem no mundo da fantasia, com salários e vantagens que não condizem com os salários e condições de vida do povo brasileiro. Esse assunto é para outro texto... Até lá!


Fonte consultada:


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