sexta-feira, 21 de novembro de 2008
DE OLHOS BEM ABERTOS
Beto Moura *
A expressão é de Gabriel Garcia Marques, prêmio Nobel de literatura em 1982. Mas o homenageado é Machado de Assis pelos cem anos de solidão...
O Ministério da Cultura (Minc) instituiu em 2008 como O ano de Machado de Assis. O centenário marca ainda uma agenda intensa e muitas atividades culturais, durante todo este ano, em homenagem ao mestre com carinho, que se alastraram e alastrarão do Oiapoque ao Chuí.
Quando a primavera chegou trazendo sua magia austral, salpicando com o reflorescimento da flora e da fauna, nosso gênio disse adeus, era então, 29 de setembro de 1908. Porém, seus personagens ficariam marcados eternamente em nossas lembranças; primeiros os românticos, depois, realistas e os parnasianos, numa crítica à estética de Lord Byron, Schopenhauer, madame D`staël. ..
Caro Machado! As experimentações de Sterne ,Swift ou ainda Xavier de Maistre em seu próprio texto, trouxeram bons frutos. Hoje, a intertextualidade é uma prática na literatura contemporânea. Um ganho pra alguns autores dentre eles : você. Todavia, alguns críticos não pensam duas vezes e ao lerem o livro “The Life and Opninions of Tristam Shandy, Gentheman”, de Sterne. Não o perdoam; sentem-se ludibriados por usar e abusar das inovações técnicas, e a semelhança de enredo, na obra: Brás Cubas...
Assim passaram a colocar um olhar oblíquo e dissimulado como os de Capitu, suspeitando das suas reais qualidades e relevância dentre os maiores escritores, em literatura de língua portuguesa e quiça, latino-americana!
Tantas coisas foram escritas nesse mundo de meu Deus! Que não podemos pensar tolamente, em sermos originais ou autênticos...Aliás, a palavra autenticidade vem do grego que, em seu primeiro momento semântico, queria dizer “suicídio”. É, vero! Mas essa é uma outra história...
A revista época de 29 de setembro de 2008 tem sua foto na capa e em seu miolo, divulga os livros que o influenciaram a elaboração da sua densa Literatura. Rafael Pereira, na matéria: “A estante do autor”, comenta sobre os dez livros guardados a sete chaves, pela Academia Brasileira de Letras:
O já citado: A vida e opiniões de Tristram Shandy – Laurence Sterne, Viagens ao redor do meu quarto – Xavier de Maistre, Otelo, o Mouro de Veneza – William Shakespeare – A Divina Comédia – Dante Aleghieri, Tragédias – Sófocles, Dom Quixote de La Mancha – Miguel de Cervantes, O mundo como vontade e Representação – Arthur Schopenhauer, Viagem a minha Terra – Almeida Garret, A Família ~ A mãe - Eugene Pelletan, Oliver Twist – Charles Dickens...Todos exercendo fortes influências como: interlocução direta ao leitor, referências renitentes aos clássicos (grego-latino), digressões longas e outras cositas mais...
A Bíblia não foi citada, contudo, foi fonte inesgotável de pesquisa em sua obra... A criação literária não apresenta o mundo da forma como ele é. Sabemos disso, caro amigo!Parece-nos que a admiração e leituras de bons modelos , foram fontes inspiradora de uma outra realidade; pois o “artista” re-elaborou uma nova realidade, isto é, imitou outra realidade, é que os gregos chamavam-na de “mimesis”
O exemplo disso, Fernando Pessoa em seu poema autopsicografia diz: ”O poeta é um fingidor/Finge tão completamente/Que chega a fingir que é dor/A dor que deveras sente/E os que lêem o que escreve/Na dor lida sentem bem/Não as duas que ele teve/Mas só a que eles não têm”...
Machado de Assis, segundo Harold Bloom, é o maior escritor negro de todos os tempos. Um gênio nascido de modo improvável num Brasil extremamente subdesenvolvido do século XIX. Mas não se conteve apenas em divulgar tais aspectos aos quatro cantos do mundo; mas também, incluí-lo em um dos seus livros: “Genius: A Mosaic of One Hundred exemplary Creative Minds” , onde selecionou 100 dos seus escritores preferidos, entre clássicos: Cervantes, Shakespeare, Homero e Gênios mais contemporâneos: Joyce, Kafka e Faulker! Coincidência Ou não. A homenagem chega em boa hora. Exatamente quando o Brasil comemora o “centenário de solidão”...
Caso sirva de consolo Nelson Rodrigues disse: Toda unanimidade é burra!Então, caríssimos leitores, façam o que tem que ser feito e tire suas próprias conclusões, dando a César o que é de César e Machado o que é de Machado... Tudo isso cansa, tudo isso exaure. Sob esse sol, nada existe que seja novo. Precisamos suportar com paciência a cólica do próximo, olhando as coisas, como nossos olhos não tivessem habituados nesses cem anos de solidão.
* Formado em letras Vernáculas na UFRJ.
Os desmandamentos das cores.
(Infantil inédito)
sexta-feira, 14 de novembro de 2008
Ancine promove "Mês do Filme Nacional" com ingressos a R$ 4
A partir desta segunda-feira (10) a Agência Nacional do Cinema (Ancine) promove em salas de exibição de todo o país a campanha “Mês do Filme Nacional”. A ação será realizada em duas semanas, entre os dias 10 e 13 e 17 e 20 de novembro, e os ingressos dos filmes brasileiros vão custar R$ 4. Entre os longa-metragens escolhidos estão “A Guerra dos Rocha”, de Jorge Fernando; “Bezerra de Menezes - Diário de um Espírito”, de Glauber Filho e Joe Pimentel; “Ensaio sobre a Cegueira”, de Fernando Meirelles; e “Última Parada 174”, de Bruno Barreto. A Ancine investiu R$ 2 milhões na realização da campanha feita em parceria com a Associação Brasileira das Empresas Exibidoras Cinematográficas Operadoras de Multiplex (Abraplex) e Associação Brasileira de Exibidores de Cinema (Abracine). Ao todo são mais de 300 salas de cinema de todo o país participando da campanha. No site http://www.ancine.gov.br/ é possível conferir a programação completa do “Mês do Filme Nacional”.
terça-feira, 11 de novembro de 2008
Circo legal não tem animal
Thaiza Murray
O mês de outubro contou com o projeto “Circo legal não tem animal”, abraçado em parceria com “A Escola é o bicho”, GAP Brasil, WSPA, ProAnima, Escola da Natureza e o Circo Moscou. Todos os grupos envolvidos em um único objetivo: proteger os animais e todo tipo de vida.
O circo é um entretenimento muito antigo promovido pelo homem, onde artistas com diversas habilidades se apresentam para o público. Mas os animais silvestres são mantidos em cativeiro, sofrendo até maus tratos, para serem usados como atração. O circo nada tem a ver com os bichos e, sim, com as gargalhadas do palhaço, a arte do mágico, a ousadia dos trapezistas e do sensacional globo da morte. Segundo o GAP Brasil, os animais dos circos sofrem punições no treinamento, são submetidos à violência e ao medo. Outro fator estressante para os animais é o transporte constante e as viagens longas. Sem contar que a forma como o circo mantém presos os bichos não é segura, o que já aconteceu e ainda poderão acontecer graves acidentes.
O GAP Brasil funciona desde 2000 e faz parte de um movimento internacional cujo objetivo maior é lutar pela garantia dos direitos básicos à vida, liberdade e não-tortura dos grandes primatas não humanos - Chimpanzés, Gorilas, Orangotangos e Bonobos.
O projeto de lei no 7291, de 2006, que está sob análise no Congresso Nacional, pede o fim do uso de animais em circos brasileiros. Em alguns lugares no Brasil já existem leis com esse tipo de proibição, como é o caso do Rio de Janeiro, São Paulo, Pernambuco, Rio Grande do Sul e Paraíba, além de quase 50 cidades, entre elas: Curitiba, Florianópolis e Campo Grande.
A ONG Mundial WSPA (World Society for the Protection of Animals) é a Sociedade Mundial Protetora dos Animais, que esteve à frente desse projeto. A missão do WSPA é construir um movimento global, unido, de proteção animal. Fazem parte desse projeto mais de 950 organizações afiliadas em 154 países. No Brasil, a ONG existe desde 1989, quando apoiou a organização de Santa Catarina contra a Farra do Boi. E hoje possui 15 escritórios espalhados pelo país.
A organizadora do WSPA Cristina Torres, que integra a equipe há três anos, esteve responsável pela reunião dos parceiros no Circo Moscou e disse: “Buscamos respeito a todas as formas de vida. E juntamente com a Escola da Natureza, que funciona no Parque da Cidade, criamos o projeto 'A Escola é o Bicho', que envolve escolas públicas e privadas do Distrito Federal, com o objetivo de estimular alunos e educadores a ter cuidado com os animais e a lidar com amor”.
O proprietário do Circo Moscou e herdeiro de uma família circense com mais de 100 anos de tradição apóia os projetos de proteção ao animal e não usa mais os bichos para atrações em seu circo. Na apresentação no dia 22 de outubro estavam presentes crianças das escolas públicas e particulares do Distrito Federal, representantes da Asa Sul e Norte, Cruzeiro, Guará, Sobradinho, Ceilândia e, entre outras, a Escola Classe 29, em Taguatinga também faz parte do projeto.
Foi uma festa para a meninada que se divertiu com as apresentações circenses, sem a presença dos animais.
Para conhecer mais sobre os parceiros acesse os sites:
http://www.projetogap.org.br/
http://www.proanima.org.br/
http://www.wspabrasil.org/
Programa de Rádio Trilha Animal – trilhaanimal.podomatic.com
quinta-feira, 6 de novembro de 2008
DE OLHOS BEM ABERTOS
Ao meu leitor, ou leitora que abriu descuidadamente este blog, com a finalidade de descansar das mazelas, que ultimamente, fomos testemunhas oculares, auditivas, olfativas e quem sabe, sensitivas?! Além naturalmente, irritativas...
O Romantismo acabou...Quanto a isso ninguém tem dúvida.
Nem os livros produzem mais este fenômeno.
“É a cabeça irmão, é a cabeça, irmão”! - refrão composto por Walter Franco no VII FIC de 1972, da TV. Globo. Foi de doer...Mas já dava uma idéia do que vinha por aí...
Vimos exaustivamente pelos veículos de comunicação: TVs, jornais, rádios. Ou ainda pela internet , a superexposição da desgraça humana.
Das Eloás que são vitimas sumárias de execução, pelo motivo mais torpe; por terminar com seus parceiros. Então, é a vez do cinema entrar em cena e glamourizar a miséria, nossa de cada dia, como outrora. Desta feita: “Ùltima Parada 174”, de Bruno Barreto.
Sabemos que a modernidade deu o ar da graça ou se preferirem pós-modernidade.
O “ficar”, é o rompimento com o tradicionalismo, mas não é evolução. Natural para quem não quer compromisso nem responsabilidade. Todavia, deixa seqüelas. Se deixa, podem crer! Vemos a olhos vistos, a toda hora, a todo instante, cotidianamente...
Um “compromisso” fulgaz, interesseiro, numa relação altamente instável, onde vale tudo: ciúme, insegurança, ameaça, constrangimento; menos aquilo que deveria elevar o ser –humano: o amor!
O aqui e agora é o que vale! Aflora-se o imediatismo mecânico e passional, que desaparece, assim, como doril, aquele que se tomar, a dor: Some... O homem está fora do seu eixo. Agoniza. já não existem mais sentimentos nobres para viver: Amor, carinho, afeto, gentileza, companheirismo, amizade, dignidade, sinceridade, solidariedade.
A harmonia está em coma.
Não! O homem não sonha mais...
Wolfgang, Petersen, alertou em boa hora: “Se as pessoas não sonharem mais, não criarem seu próprio mundo interior, em contraste com sua existência medíocre, não conseguiram sobreviver.”
Parece-nos o fim dos tempos, resultado ímpar de infelicidade e maldição.
Antigamente comemoravam-se bodas: Papel, algodão, couro ou trigo, flores/frutas ou cera, madeira ou ferro e ia por ai à fora...
O casal superava adversidades mesmo tendo suas rusgas. A família desfrutava da própria família. Hoje, bem, hoje a família está com os dias contados, acreditem, se quiser...
Será que os homens viraram monstros? E as mulheres, viraram sibilas?
Enquanto você dormia, muita coisa acontecia...
Estava tudo pronto pra festinha de arromba, tipo anos setenta, de La Piovani. O sucesso da estréia da peça: Pássaro da Noite, prometia...
Receberia amigos para comemorar... E até poderia contar para quem quisesse ouvir, que tinha encontrado o seu príncipe encantado, Dado Dolabella! Estavam vivendo um conto de fadas... iam se casar, planejaram até filhos, olha, que coisa maravilhosa!Teria uma família, a como mandava o figurino; tudo preto no branco........................................................
“De repente do riso fez-se o pranto/silencioso e branco como a bruma / e das bocas unidas fez-se a espuma/ e das mãos espalmadas fez-se o espanto/de repente da calma fez-se o vento/que dos olhos desfez a última chama/e da paixão fez-se o pressentimento/e do momento imóvel fez o drama/de repente, não mais que de repente/fez-se triste o que se fez amante/e de sozinho o que se fez contente/fez-se do amigo próximo o distante/fez-se vida uma aventura errante/de repente, não mais que de repente”...
Uma crise de ciúmes baixou no playboy que teve um ataque de pelanca e distribuiu fartamente golpes à lá “Street fighter”. A primeira, foi a noiva. Ou melhor, ex-noiva! Que se sentia dolorida, além de raiva e pena do ex, que havia estragado sua festa e seu sonho de casamento e maternidade. Mas como a corda sempre arrebenta do lado do mais fraco, sobrou também, para a camareira Esmeralda. Esmê para os íntimos, de 62 anos e 42 quilos que aparentemente, nada tinha a ver com a história dos brigões. Acabou sendo jogada allhures,sem condescendência. Machucou os pulsos, que foram imobilizados. Isso porque foi acudir La Piovani.
O curioso é que João gordo Já havia sacado a do boxer, quando foi zuado em seu programa na MTV, na época do lançamento do CD; “Dado pra você" e o apresentador usou "Dando pra você".Dado não gostou e mostrou suas garras: uma maleta com algumas arminhas que levara; corrente, tacape e até um machadinho...Ainda bem ele não levou esses apetrechos para boate, senão!!
Na realidade, começo arrepender-me de falar sobre a lei de Darwin, e também, do texto longo; abundam advérbios, notadamente os terminados em “mente”. Como não tenho o que fazer, precisei entretê-los da pior maneira possível. “É certo, aquele que não for pego pelo erro, será pela verdade” – Já dizia Santo Agostinho.
Formado em letras Vernáculas pela UFRJ.
É autor do infantil: Maria gota d’agua. (ainda inédito)
SOLUÇÃO CONTRA O CORONAVÍRUS
Querido Leitor, Diante do novo Coronavirus, Covid-19, circulando em nosso país, mesmo que ainda em controle em determinados Est...
-
Thaiza Murray Dizem por aí que o óleo de copaíba cura reumatismo, artrose, dor na coluna, bronquite, dor na garganta, vermes, dermatose, cas...
-
Roteirista e Diretor Antônio Balbino Desde 1967 o Festival de Brasília do Cinema Brasileiro tem atraído novos públicos e despertado novos t...
-
Olá meus queridos leitores! Este mês passei por algumas provações. Neste ou nesse, nesta ou nessa; eis a questão. Não sou formad...