"NÃO VOS INQUIETEIS, POIS, PELO DIA AMANHÃ, PORQUE O DIA DE AMANHÃ CUIDARÁ DE SI MESMO. (...)" - MATEUS 6:34



quinta-feira, 8 de maio de 2008

Cinema Brasileiro de Cara Nova


Thaiza Murray

O cinema brasileiro demorou a se desenvolver, somente em 1930 apareceram as primeiras empresas cinematográficas e produtoras de filmes. A maior conquista se deu em 1960 com o chamado “Cinema Novo”. O marco inicial foi “O pagador de Promessas”, o primeiro indicado ao Oscar por melhor produção estrangeira, dirigido por Anselmo Duarte e baseado na história de Dias Gomes, ganhou o prêmio da Palma de Ouro no Festival de Cinema em Cannes, em 1962. O Cinema Novo tinha como objetivo mostrar a vida real, a pobreza e os problemas sociais. Os filmes que marcaram esse período foram “Deus e o diabo na terra do Sol” e “Terra em transe”, ambos do diretor Glauber Rocha. Vale destacar também “Ganga Zumba”, do cineasta Carlos Diegues. Duas obras de grande destaque sobre a temática rural foram “Os Fuzis”, de Ruy Guerra e “Vidas Secas”, de Nelson Pereira dos Santos”; ambos em 1964.

Em 1970 e 1980 o cinema brasileiro passa por um crise, deixando assuntos de cunho social e a qualidade para produzir filmes de consumo fácil, temas simples e apelação sexual. Contudo, na década de 90, essa realidade começa a mudar. A conotação explícita voltada à sexualidade perdeu seu papel principal nos filmes brasileiros hoje, o que proporcionou um espaço maior de aceitação para novos públicos. O cinema nos últimos 15 anos tem apresentado uma nova roupagem com melhores roteiros, fotografias e uma trilha sonora mais bem selecionada. Os profissionais brasileiros têm feito a criatividade e a dedicação superar o pouco recurso técnico e financeiro.

O prestígio aumentou devido à qualidade cada vez melhor da produção e temática dos filmes nacionais. A diretora Tatá Amaral, dos longas “Através da Janela”, “Antônia” e “Um Céu de Estrelas”, afirma que o cinema brasileiro deixou de ser regionalista ou folclórico, “quanto mais buscamos o particular, mais chegamos ao universal”, explicou.

O filme “Ó Pai, Ó”, direção de Monique Gardenberg retrata a vida de moradores de um cortiço, no Pelourinho e o carnaval da Bahia, mostrando a sensualidade, porém, sem apelar, ressaltando a realidade simples e temas como racismo, política e diversidade sexual. É um excelente filme, com um roteiro bem estruturado, que conta com a atuação de atores como Lázaro Ramos, Wagner Moura e Dira Paes. Esse filme foi exibido pelo Sesi Cultural, em Taguatinga Norte, e faz parte das Terças Cinematográficas que tem apresentado vários filmes brasileiros. Em maio serão exibidos: “Fica comigo esta noite”, direção de João Falcão e “Muito Gelo e Dois Dedos d’Água”, de Daniel Filho.

O cinema brasileiro ganhou espaço e reconhecimento internacional quando passou a abordar temáticas inteligentes, que desperta os espectadores para a realidade sócio-cultural existente em nosso país. Assista e valorize os filmes nacionais!

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