"NÃO VOS INQUIETEIS, POIS, PELO DIA AMANHÃ, PORQUE O DIA DE AMANHÃ CUIDARÁ DE SI MESMO. (...)" - MATEUS 6:34



quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008

Tecnologia nas pernas

Foto retirada do site: veja.abril.com.br/080904/p_130.html
Foto retirada do site: http://design-ergonomia.blogspot.com/2007_10_01_archive.html


Thaiza Murray


As amputações de perna, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), acontecem por três motivos: 70% devido a problemas de diabetes, 20% provocadas por acidentes de trânsito e 10% por causa de problemas congênitos. E para substituir a parte perdida foram criadas pernas mecânicas. As primeiras próteses eram feitas de madeira. A primeira pessoa a usar uma prótese foi um soldado, mantido refém em Esparta, que cortou o próprio pé para se ver livre. No lugar do pé amputado, ele colocou um pedaço de madeira. Na metade do século XX, criaram próteses com movimentos nas articulações. Na década de 80, a madeira foi substituída por fibras de carbono e resina. A empresa alemã Otto Bock criou um sistema hidráulico que permite variar a velocidade. A partir daí outros fabricantes desenvolveram a prótese biônica.

A nova tecnologia foi lançada a menos de um ano nos Estados Unidos e em alguns países da Europa. É capaz de realizar movimentos muito iguais aos naturais, que imita a perfeição dos passos de uma perna. Os modelos mecânicos, comumente usados, exigem mais força para a realização dos movimentos. Já a “prótese biônica”, assim chamada pelos fabricantes, não exige nenhum esforço do amputado. Segundo a Revista Veja (19 de dezembro de 2007), foi entrevistado por Adriana Dias Lopes um dos brasileiros que já possui esta inovação, o gaúcho de 21 anos, Jeancarlo Ravizzoni, que devido a um acidente de moto teve a parte inferior da perna esquerda amputada. Ele diz sentir-se bem satisfeito e não tem nenhuma vergonha de exibi-la. Também pudera, pois essa prótese poucas pessoas têm condições de comprá-la. Como é lançamento no mercado, ainda é muito cara e custa 40 mil reais.

A prótese biônica possui um mecanismo inteligente que responde às necessidades da pessoa por meio de sensores computadorizados e um pequeno motor. Os sensores estão localizados na "sola do pé" da prótese. Eles conseguem identificar desníveis a partir de um centímetro. Com as próteses tradicionais, o portador, se não prestar atenção no obstáculo, pode tropeçar, pois é por meio do esforço da perna amputada que são realizados os movimentos.

A tecnologia das pernas não pára por aí, modelos inteligentes foram desenvolvidos para atender os atletas. O sul-africano Oscar Pistorius, em decorrência de um problema de nascença, teve suas duas pernas amputadas abaixo do joelho. Para tornar-se um corredor olímpico foram criadas próteses especiais feitas de fibra de carbono que proporcionam a corrida. Essas próteses conferem a Pistorius gastar menos energia que o atleta com pernas. Na largada da prova, o corredor com pernas leva vantagem, contudo, o gasto de energia prejudica a velocidade. Pistorius durante a corrida é favorecido porque as lâminas que substituem os pés ficam menos tempo no solo.

O deficiente físico muitas das vezes sente-se à margem da sociedade, como se tivesse perdido a utilidade no mundo. Muita determinação, coragem, vontade de viver e fé em Deus são os ingredientes primordiais para adaptar-se à nova vida. “Posso ter uma deficiência física, mas a mente continua em perfeito funcionamento. Nunca me senti inútil para a sociedade e nem mesmo observei discriminação por parte das pessoas”, diz Solange Rodrigues, que devido a um defeito congênito, teve parte da perna esquerda amputada aos 11 anos de idade.

Ao saber que sua perna havia sido amputada, Solange, ainda criança, não se preocupou no que as pessoas pensariam, mas somente em poder caminhar. “Eu só pensava em colocar logo a minha prótese para poder andar. Eu queria andar não importava como”, diz. A primeira prótese mecânica que usou era feita de alumínio, mas depois veio a de resina, o mesmo material que usa atualmente. “A perna de resina não é o ideal, mas satisfaz. A vantagem da fibra de carbono é a leveza”, afirma Solange.

A importância de praticar esportes, trabalhar é essencial para uma melhor qualidade psíquico-social do amputado. Solange ganhou uma prótese especial para a pratica de esportes aquáticos e diz, “Não vejo logo a hora de poder nadar com minha nova perna”. Muito aprendi com a nossa entrevistada, pois ela em nenhum momento demonstrou que usar uma prótese mecânica fosse um empecilho para levar uma vida normal e com mais sentido.


Saiba mais sobre a nova tecnologia:

Um comentário:

Anônimo disse...

Achei sua matéria muito importante, pois ouvi falar sobre a perna biônica e não conhecia por foto.
Muito obrigado por essa oportunidade.

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